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Regulamentação

A Segurança Jurídica de Contratos Gerados por IA

27 de Outubro, 2025

A capacidade dos LLMs de gerar textos complexos está transformando a indústria jurídica, com ferramentas de IA sendo cada vez mais usadas para redigir rascunhos de contratos, petições e outros documentos legais. Embora isso prometa uma enorme economia de tempo e custos, o uso de IA para a redação de contratos também traz consigo riscos significativos de segurança jurídica que podem levar a disputas dispendiosas e a documentos legalmente frágeis.

Um dos maiores perigos é o risco de 'alucinações' legais. Um LLM, que não possui um verdadeiro conhecimento de direito, pode 'alucinar' uma cláusula que parece plausível, mas que é juridicamente inválida ou inaplicável em uma determinada jurisdição. Da mesma forma, ele pode citar leis ou precedentes que não existem. Confiar cegamente em tal texto pode resultar em um contrato que não oferece a proteção legal esperada.

Outro risco é a omissão. O LLM pode gerar um contrato padrão que omite uma cláusula crucial e específica para a transação em questão, como uma cláusula de confidencialidade ou de indenização, deixando a empresa exposta a riscos imprevistos. Além disso, a linguagem gerada pelo LLM, embora fluente, pode ser sutilmente ambígua. Uma ambiguidade em uma cláusula contratual é um convite para um litígio futuro, onde cada parte interpretará a cláusula a seu favor.

Portanto, a regra de ouro para o uso de IA na redação de documentos legais é que ela deve ser usada como um 'assistente de advogado', não como um 'advogado substituto'. Todo e qualquer documento legal gerado por uma IA deve ser cuidadosamente revisado, editado e validado por um advogado humano qualificado que entenda o contexto do negócio e a lei aplicável. A IA pode ser uma ferramenta poderosa para criar o primeiro rascunho, mas o julgamento, a experiência e a responsabilidade de um profissional do direito continuam sendo indispensáveis para garantir a segurança jurídica.